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O Historiador Português Professor Doutor OLIVEIRA MARQUES, recentemente falecido, no seu livro “ A Sociedade Medieval Portuguesa”, faz referência ao "jogo da péla", segundo ele, D. Duarte não gostava do jogo da péla, antes pelo contrário criticava a juventude que se dedicava a esse jogo, em detrimento dos exercícios de cavalaria. D. João I encarava o jogo da péla como muito útil para o treino das armas. Não existe descrição deste jogo de bola, que deveria ser de arremesso, talvez com o intuito de derrubar qualquer obstáculo ou simplesmente de atingir um ponto distante. Na India existem variações de jogos do tipo do basebol ou criquete com origem muito remota, como o Gilli Danda, que tive o prazer de jogar numa das suas variantes, o Tic-Tac em Moçambique nos anos 70 do século XX.
O
seguinte texto foi transcrito do artigo da Net (Apontamentos
para uma história do tenis no Maranhão de Leopoldo Gil
Dulcio Vaz, Professor do CEFET-MA; Mestre em Ciência da
Informação (Brasil)) Outro autor português, FORTUNADO DE ALMEIDA, ao referir-se aos costumes e aspectos sociais falando dos jogos desportivos e passatempos diversos, faz referência a um jogo, que seria o jogo da péla: "Nas ruas e outros lugares públicos concorriam muitos eclesiásticos e seculares a jogar e a ver jogar a 'bola ou mancaes'. Em 1591, o Bispo de Coimbra, D. Afonso de Castelo Branco, nas suas constituições, proibia aos eclesiásticos semelhantes exibições; e proibia em especial o jogo da pela nos jogos públicos, "principalmente despindo-se em calças e gibão, como alguns com poucos respeito de seu estado fazem". No século XVIII chamava-se a este jogo o "jogo dos paus". "Mancais" era o nome que no século XVI se dava aos paus destinados a ser derribados com a bola. Em Lisboa, jogava-se a "péla" num pátio descoberto e público em cuja porta esteve este dístico latino: Lude pede, insulta, suda, contende, labora; Si tibi contingat perdere, solve, tace. Jogavam seis parceiros, três de cada parte, com "péla" (bola) de couro, que se enchia de ar com uma seringa. Jogou-se a princípio com a palma; no início do século XVIII, introduziu-se, em Portugal, o uso francês de jogar com raqueta. Em França, os jogos mais conhecidos são a paume, o pallone, a soule, a crosse, aos quais seguiram-se, na Itália, o calcio-fiorentino, o pallone al bracciale, a pallacorda, a palla al vento, a palla-maglio, o tamburello. A paume (jeu de paume) consiste em bater a bola com a mão e substituiu os ludus pilae cum palma romano. Conhecido já no século XII foi jogado melhor no período sucessivo, até dar vida ao actual ténis. Cabe lembrar que Antonio Francisco Gomes, em 1852, propunha além da ginástica, os exercícios de natação, esgrima, dança, jogo de malha e jogo da pella para ambos os sexos.
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